São 10 da noite. Estou a escrever no Monte Carlo, onde
só há homens. Precisava de apanhar o Fernando para lhe cravar umas aguardentes.
É meu desejo estar completamente grosso por volta da meia-noite e com o
espírito propenso à obscenidade. Se arranjasse 100 paus ia às putas. Deve ser
fabuloso ir às putas na noite de Natal. Duvido é que haja alguém que esteja
para me aturar a bebedeira por 100 paus.
"Não estamos em Itália, não há grappa alla ruta, não há comoções nocturnas da Zé, não há nada. Nem sequer o direito ao vómito. Não há nada, mas ainda há vida. Ainda estrebucho, minha senhora. Ainda digo merda e embarco no tudo ou nada do amor. Ainda me jogo inteiro no real e no possível, no confronto entre o que sou e o que podia ser. Ainda simpatizo (ao longe é certo) com as lutas históricas do proletariado de todo o mundo.
"Não estamos em Itália, não há grappa alla ruta, não há comoções nocturnas da Zé, não há nada. Nem sequer o direito ao vómito. Não há nada, mas ainda há vida. Ainda estrebucho, minha senhora. Ainda digo merda e embarco no tudo ou nada do amor. Ainda me jogo inteiro no real e no possível, no confronto entre o que sou e o que podia ser. Ainda simpatizo (ao longe é certo) com as lutas históricas do proletariado de todo o mundo.
João César Monteiro
em Duas Semanas Noutra Cidade
Legenda: Café
Monte Carlo. Fotografia tirada do blogue Restos de Colecção
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