Figuras, Figurantes e Figurões
Luiz Pacheco
Selecção e
prefácio: João Pedro George
Capa: André
Carrilho
O Independente,
Lisboa, 2004
Estive até aqui a ver se me distraía… e não posso.
Morreu a semana passada o Fernando Assis Pacheco. A coincidência do nome não é
o que me preocupa. Mas a perda de uma Amigo, numa Amizade velha de muitos anos
e nunca desmentida, nunca traída. O Fernando era prosador de qualidade (como
poeta não o apreciava tanto) e o seu último romance (ganhou no público um êxito
que não logrou dos júris dos prémios) uma obra notável. Eu, que digo mal de
tudo, se bem me lembro, escrevi-lhe uma carta, com justos louvores, porque
gostei do livro. Tirando isso, que era muito e nada vulgar, menos vulgar ainda
era a cordialidade, a simpatia, o entusiasmo que o Fernando punha no seu
noticiário cultural, nas entrevistas, numa atenção eufórica perante a coisa literária
e os coitados da República das Letras, sempre ansiosos por um conforto, uma
palavrinha de ternura. Quanto a mim, posso e devo acrescentar: deu-me trabalho
e razoavelmente remunerado, n’ O
Jornal, quando eu andava por aí aos caídos.
Podendo, falarei talvez melhor do Fernando Assis
Pacheco daqui a uns tempos, desculpem.
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