A Flor Evaporada
Alexandre
Pinheiro Torres
Prefácio: Eunice
Cabral
Capa: Fernando
Felgueiras
Colecção
Cadernos de Poesia nº 27
Publicações Dom
Quixote, Lisboa, Outubro de 1984
Criança: A Sua
Morte
A criança está deitada: assuntos de morte
depois de perseguir em vão seu viver de borboleta.
Cada um de nós é a sua pequenina mãe:
velhices de teia agora soflagrantes: vida sem após.
Sentamo-nos à volta do caixão: a nossa própria
morte retardada no corpo. Já contemplamos a
vida sem paciência nela. E repetimos se mal nos
perguntamos:
a morte não é importante: um propor de aurora.
Se o morto fosse adulto a morte teria andado ido.
Veríamos onde o conduziria o conhecimento da vida.
Mas a morte esbarrou cedo e manso: água de rio
Ou assuntos de água que não voou do chão.
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