Ele encontra-a muitas vezes num bar ribeirinho, onde
os veleiros navegam mas paredes, em aguarelas antigas, de azuis e amarelos
desmaiados, a cortarem as vagas, lutando contra as tempestades. Em tempos
diferentes, talvez ela lhe fizesse companhia nos álcoois fortes, que ele teima
em beber aos fins de semana. Agora, fica-se pelas águas tónicas, cigarro atrás
de cigarro, enquanto lhe fala de mágoas, e conta histórias terríveis, onde se
podiam colar os versos de Maiakowski. Nesta vida é mais fácil morrer do que
viver.
Eduardo Guerra Carneiro
em Outras Fitas
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