Neste dia 24 de
Abril de 1936, Cesare Pavese deixa mais referências ao suicídio:
É preciso ter sentido a obsessão da autodestruição.
Não falo do suicídio: gente como nós, apaixonada pela vida, pelo imprevisto,
pelo prazer de a «narrar», não pode chegar ao suicídio, a não ser por
imprudência. Além disso, o suicídio aparece actualmente como um daqueles
heroísmos míticos, uma daquelas fabulosas afirmações de uma dignidade do homem diante
do destino, que têm interesse estatuariamente, mas que nos deixam entregues a
nós próprios.
(…)
Notar bem o seguinte: no nosso tempo, o suicídio é um
modo de desaparecer, praticado tímida e silenciosamente, sem dar nas vistas.
Quem sabe se o suicídio optimista regressará ainda a
este mundo?
Cesare Pavese em
Ofício de Viver
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