para o Luís Sousa
Não sei se noutra vida
se noutra morte, Friedrich
Wilhelm Murnau filmou-o.
Tinha um corpo franzino
como nunca vi - pose de vampiro,
desdém por toda e qualquer sereia.
Apenas perguntava por Blixa
Bargeld, na mais extrema noite da estação.
Alguém o viu? Foi, durante
anos, o meu melhor amigo.
É agora uma sombra - nada
mais do que uma sombra - a vomitar
de espanto locomotivas paradas.
Não sei se noutra vida
se noutra morte, Friedrich
Wilhelm Murnau filmou-o.
Tinha um corpo franzino
como nunca vi - pose de vampiro,
desdém por toda e qualquer sereia.
Apenas perguntava por Blixa
Bargeld, na mais extrema noite da estação.
Alguém o viu? Foi, durante
anos, o meu melhor amigo.
É agora uma sombra - nada
mais do que uma sombra - a vomitar
de espanto locomotivas paradas.
Manuel de Freitas em, “Poemas Com Cinema”, antologia organizada por Joana Matos Frias, Luis Miguel Queiroz e Rosa Maria Martelo, Assírio & Alvim, Novembro 2010
Legenda: “Gare Saint-Lazare”, pintura de Claude Monet
Sem comentários:
Enviar um comentário