segunda-feira, 26 de setembro de 2011

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A partir de hoje e até 7 de Novembro, Jorge Silva Melo, vai estar, todas as segundas-feiras, pelas 18h30, no Pequeno Auditório da Culturgest para dar quatro conferências subordinadas ao tema “Não Gosto”.

A entrada é gratuita.

Este é o programa:

26 de Setembro
Não gosto dos críticos, não gosto

10 de Outubro
Não gosto de programadores, não sei o que fazem

17 de Outubro
Não gosto de ministros, secretários, chefes de gabinete, vereadores, assessores, directores-gerais e em geral

7 de Novembro
Gosto de actores, ai de mim.

E este é o texto de apresentação, que Jorge Silva Melo escreveu:

Je suis snob
Boris Vian

Já lá vão mais de 50 anos a ver e, mais tarde, a fazer teatro. Desde Mar de Miguel Torga, pelo TEP (em 1960? 61?), encenação de António Pedro, com a minha depois amiga Dalila Rocha, no Teatro Variedades, até ao Não se brinca com o amor de Alfred de Musset (esse que se perguntou “Com que sonham as raparigas?”), que estreamos em Viseu, em Setembro de 2011. E já vi passar tanta coisa, críticos que surgiram, aterrorizaram as hostes durante nove meses e desapareceram ou se tornaram directores de televisões (sim, sim), amigos que foram ministros, ministros que se tornaram inimigos, programadores que não sei quem os inventou, directores de teatro, directores-gerais que encontro, frustrados, impotentes, reformados, tanta gente que andou pelas estreias (“hoje está cá fulano”, até se diz nos camarins, como se isso fosse determinante) e se foi indo embora. E que deixaram? Apetece-me lembrar-me dos seus percursos (alguns), das suas promessas, das suas derrotas, das suas ilusões, dos seus fracassos. E dizer que não gosto, não gosto mesmo nada, não gostei nem gosto. Não gosto dos críticos que temos (e dos que tivemos?), não gosto dos programadores-autores (que temos e teremos?), dos ministros, directores-gerais sempre nomeados que nem Sísifos e a refazer leis que nem Penélope eliminando pretendentes, não gosto. Não digo das pessoas, até há de quem gosto e gostarei: é das funções, do tempo que perdem, do tempo que fazem perder, do mundo que tapam. Por isso vou dizer tudo e espero que olhos nos olhos. E, porque gosto de happy-ends, dizer que gosto, gosto de actores, actrizes, técnicos.”

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