“Valparaíso descobre-se com os olhos, o nariz, os ouvidos, as mãos e também o palato, que é como quem diz, com todos os sentidos bem alerta e à flor da pele.
O festival de cores que nos entra sistematicamente olhos adentro, desorienta. As casas – talvez seja um pouco abusivo chamar casas a grande parte das habitações de Valparaíso – amontoam-se desordenadamente, num equilíbrio periclitante, numa disposição totalmente anárquica, seguindo o contorno dos cerros e valados. De lata, de madeira, ferrugentas, coloridas, de portas e janelas fechadas ou abertas, com estendais de roupa ao vento, raramente abandonadas, mesmo quando o contrário parece ficção.
As ruas, os muros, as paredes, as portas, destilam ditos, graffiti, pinturas, poesia, ensaio: Liberdade e Criatividade.”
Texto e imagens de Idílio Freire
Legenda: mais murais de Valparaíso.
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