terça-feira, 27 de setembro de 2011

OS CLÁSSICOS DO MEU PAI



Sempre gostei de Dean Martin, o velho Dino, mesmo quando fazia de canastrão nos filmes com o Jerry Lewis.

Terei comprado este “EP” por volta de 1968.

Para além de “Chapel In The Moonlight, Little Ole Wine Drinker, Me, The Green, Green Grass of Home”, tem “Release Me”.

O meu pai adorava esta canção.
 Não há vez alguma que a Aida a ouça, que de imediato não se lembre do meu pai.

Era um excelente contador de histórias e, nas sessões de audição de música, dita ligeira, aproveitava para as contar.

Umas verídicas, outras imaginadas, outras, enfim, não se sabe bem como.

Esta é uma dessas histórias:

O velho morrera.

A família reunida na biblioteca, ouviu o advogado enumerar a relação dos bens legados.
À medida que a leitura avançava a boca dos familiares ia tomando a aforma e o tamanho de um enorme “Ah!”

-  papel e canetas para os que nunca lhe escreveram;

- tesouras de poda e mangueiras de rega para os que sempre desprezaram as suas rosas e   
  orquídeas;

- fósforos, cinzeiros e caixas de charutos para os que se irritavam e ficavam agoniados
  cada vez que puxava de um dos seus esplêndidos “Cohiba”;

 - o resto, que era tudo, para a governanta que lhe servia conhaque nas noites de Inverno.

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