Os Criptogâmicos
Eduardo Valente da Fonseca
Capa: Estúdios Paisagem
Editora Livraria Paisagem, Porto, 1973
Às sete da manhã saía de casa. Voltava ao meio-dia. Sentava-se à mesa, metia os olhos dentro do prato e comia sem uma palavra. A mulher, vestida de preto, movia-se dentro de casa sem ruído, como se tivesse medo de levantar o pó que dormia nas frinchas do soalho. Mário saía sem dizer nada. Voltava às sete e sentava-se à mesa como ao meio-dia. Morreu com a cara metida no prato vazio... A mulher pensou que ele tinha adormecido. Tirou o prato e começou, como de costume, a lavar a loiça em silêncio.
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