O Verão continuava a ser quente.
A 5 de Setembro, em Tancos, Vasco Gonçalves declina o cargo de Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, para que havia sido nomeado pelo Presidente da República, abandonando em seguida a Assembleia do M.F.A.
A 6 Setembro o C.D.S., num comício em Famalicão, presidido por Freitas do Amaral, que contou também com a presença do General Galvão de Melo, é exigido o regresso a quartéis dos militares que fizeram o 25 de Abril.
Nas bancadas viam-se alguns dísticos:
“Galvão Salva a Nação”
“Por uma Classe Igual só com Freitas do Amaral”
“Portugal só será belo com Galvão de Melo”.
A 12 de Setembro Vasco Gonçalves é exonerado do cargo de Primeiro-Ministro do V Governo Provisório.
Foi durante catorze meses o primeiro-ministro de quatro governos provisórios.
Empossado a 8 de Agosto, o V Governo Provisório, era, no dizer de Costa Gomes, um governo transitório. Durou 35 dias.
Entretanto conspirava-se por todos os lados. O livro de José Gomes Mota, “A Resistência”, revela passo a passo o tom conspirativo do grupo de políticos e militares que apoiavam o “Documento Melo Antunes.”
Por circunstâncias nunca devidamente esclarecidas, Carlos Fabião, que fora incumbido de formar o Vi Governo Provisório , não conseguiu levar por diante essa tarefa.
Conhece-se a frase de Otelo: “O Fabião borregou”
A 29 de Agosto, o Conselho da Revolução encarrega o Almirante Pinheiro de Azevedo de formar o VI Governo Provisório.
José Gomes Mota relata no seu livro:
“Pinheiro de Azevedo que durante a crise do Verão nunca se demarcou das posições da Armada, cobrindo com a sua autoridade institucional todas as manobras em favor de Vasco Gonçalves, aparece agora decidido a entrar nas fileiras do Movimento, desiludido porventura com os resultados da “revolução” dos dissidentes.”
A 19 de Setembro toma posse o VI Governo Provisório, presidido por Pinheiro de Azevedo e constituído na base da proporcionalidade política resultante de eleições (quatro ministros do PS, dois do PPD e um do PCP). Costa Gomes afirma: "fechamos hoje um período crítico da nossa Revolução".
Pinheiro de Azevedo, no seu discurso, repudia a social -democracia, e declara o VI Governo como um governo de esquerda. É dele a frase:
“Portugal: rumo à felicidade”.
Legenda: Títulos, respectivamente, do “Diário de Lisboa” de 6 de Setembro de 1975 e do “Diário de Notícias” de 8 de Novembro de 1975.
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