terça-feira, 11 de agosto de 2015

AS FÉRIAS E OS LIVROS


Na peugada do não ter tempo para ler, vêm sempre os livros para férias.

As pessoas passam os dias do ano com a desculpa que não têm tempo para ler, mas arranjam sempre tempo para se atascarem de lixo televisivo.

Há tempo para ler, basta o gosto de… a vontade.

Não há livros para férias, há livros para todo um ano.

Ler dá trabalho, é certo.

O destino dos livros para férias é regressarem a casa cheios de areia e não lidos.

Muita gente que não tem hábitos de leitura alega falta de tempo para não ler.

Pois bem: há muitas desculpas mais válidas, entre elas ser preguiçoso ou simplesmente não querer dar-se ao trabalho de exercitar o cérebro.

Não é, porém, por falta de tempo que não se lê.

Agustina Bessa Luís, no seu Caderno de Significados, diz o que fazer com os livros para férias, ela, que a páginas 49, declarou que não gosta de férias:

Um livro para férias não deve ser escolhido. O que se escolhe serve à personalidade, e as férias são o pretexto para sermos impessoais, fazer o que muitos fazem, ir para onde muitos vão. Pegue num livro que não pese mais de 200 gramas e leve-o consigo. Leia três páginas, esqueça-o na gare ou no banco das termas, na praia ou no restaurante, e aí, sobretudo, aí tenha a certeza que é o bom livro para férias; se você não tiver pena de o ter perdido.

Legenda: foto Loveless

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