sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O NOSSO LAR


Descemos do comboio e entregámos a bagagem a um bagageiro. Seguiu-nos enquanto descíamos o interminável tapete do Twentieth Century. À frente era a saída. Era meio-dia e milhares de pessoas iam e vinham, inclinando a cabeça para ouvir os avisos dos altifalantes, correndo para apanhar comboios, chamando táxis, recebendo as esposas ou as amantes, aguardando o negócio das suas vidas. Uma ceguinha tocava acordéon e um par de freiras estava sentado com caixas de charutos abertas nos joelhos. Era uma Babel, mas era o nosso lar. Peguei no braço de Helen e dirigia-a para a porta.

Andrew Bergman em LeVine Em Hollywood

Lgenda: pintura de Claude Monet

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