13 de Agosto de
1975
NO SEU LIVRO, A
Resistência, José Gomes Mota relata, com detalhe, as conspirações que iam
sendo construídas, primeiro para a elaboração do Documento dos Nove,
segundo para a formação de um VI Governo Provisório:
Como o V Governo tinha uma esperança que não ia além
de dois meses, era necessário encontrar rapidamente uma solução que pudesse
ultrapassar definitivamente a crise aberta pelo abandono do IV Governo
Provisório dos representantes dos partidos socialistas e popular democrático.
Reuniões com
elementos do Grupo dos Nove e Otelo Saraiva de Carvalho acontecem em casa do
próprio Gomes Mota.
Na entrevista à
Agência espanhola Pyresa. Mário Soares chega a lançar a ideia de que Melo
Antunes daria um bom Primeiro-Ministro.
Mas, ainda
segundo Gomes Mota, a escolha recai em Carlos Fabião.
Nos próximos
dias se dará conta do que então vai acontecendo neste Agosto de há quarenta
anos.
CONTINUARAM a
chegar em massa retornados de Angola.
Aos mais
necessitados é-lhes dado 20, 50 ou 100 escudos para as primeiras despesas.
Entretanto o
IARN vai resolvendo os problemas de alojamento.
De fonte não
oficial, corre a notícia de que tropas da África do Sul entram no território
para dar apoio à FNLA e à UNITA.
MIGUEL TORGA no
seu Diário:
Coisa curiosa: esta revolução soçobra por inércia. As
pessoas não actuam, por comodidade ou desleixo, à espera que as coisas se
resolvam por si. Os próprios partidos praticam uma política morosa, de espera
galegos. No fundo, todos reconhecemos intimamente a nossa mediocridade e não tentamos
ecder-nos. Se depois a História nos confirmar, tanto melhor. Diante do
comportamento de certos homens, fica a gente a pensar se estaremos em face de
desencantados, de abúlicos, de cépticos ou de mistificadores.
Fontes:
- Acervo
pessoal;
- Os Dias
Loucos do PREC de Adelino
Gomes e José Pedro Castanheira.
- A Resistência de José Gomes Mota –
Edições Jornal Expresso, Lisboa Junho de 1976.
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