27 de Agosto de
1975
A ONDA DE
VIOLÊNCIA continua a ser uma constante do Verão português.
Leiria é cenário
de noites de terror.
Centenas de
pessoas voltaram a assaltar o Centro de Trabalho do PCP, mas o conflito
estendeu-se a outros pontos da cidade, registando-se a destruição de automóveis
e estabelecimentos comerciais.
Forças
militares, elementos da GNR e da PSP tiveram sérias dificuldades em estabelecer
a ordem, que se afigura precária.
Há a lamentar uma
morte e dezenas de feridos, alguns em estado grave.
O COPCON ocupou
as instalações da 5ª Divisão com a intenção de cancelar as suas actividades.
As operações foram
levadas a cabo por uma forças dos Comandos capitaneadas por
Jaime Neves, supervisionadas por Otelo e com total desconhecimento do
Presidente Costa Gomes.
Trata-se da
primeira acção ofensiva do MFA contra uma das suas facções.
José Saramago
escreverá no Diário de Notícias:
Não há revolução onde não houver autoridade
revolucionária. Se O COPCON assalta, invade e ocupa a a 5ª Divisão, mas não
protege minimamente instalações de partidos que querem o socialismo – onde está
a revolução e a autoridade?
CARLOS FABIÃO comunica
ao Grupo dos Nove que renuncia à formação do VI Governo Provisório.
Diversas
reuniões realizadas em casa de José Gomes Mota, conforme relato no seu livro A
Resistência, levam à indicação do Almirante Pinheiro de Azevedo para formação
do novo governo.
O GOVERNADOR
Lemos Pires abandonou Dili e dirigiu-se com uma companhia reforçada com
paraquedistas, elementos da Marinha, num total de 104 homens, para a ilha de
Ataúro que fica a 20 quilómetros de distância.
Na véspera, o
encarregado de Negócios das Molucas, de visita a Portugal, disse que há fortes
razões para crer que a Indonésia prepara, para muito breve, uma intervenção em
Timor.
A UDT e a Fretilin
mantém, entre si, acções de combatede
combate, num clima de guerra civil.
Fontes:
- Acervo
pessoal;
- Os Dias
Loucos do PREC de Adelino
Gomes e José Pedro Castanheira.
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