- Fui tomar banho com Ginetta – disse-lhe. – Você não
toma?
No fim do primeiro dia aludira, por cortesia, a ir
para a água com ela, mas Clélia parara, olhando-me com um sorriso ambíguo:
- Não, não – dissera. Eu, surpreso, tinha-a encarado. –
Não, não, vou para água só. – Não houvera meio de a modificar. Explicara-me que
fazia tudo em público, mas com o mar queria estar só.
- Mas é estranho.
- Será estranho mas é assim.
Nadava bem e não fazia aquilo por embaraço. Era uma
decisão sua.
- Basta-me a companhia do mar. Não quero ninguém. Na
vida não tenho nada de meu. Deixem-me ao menos o mar.
Cesare Pavese em A Praia
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