- Conta, Maynard. Em que pensas?
Sorri, de olhos fechados.
- Em Ravel.
Ela mexeu a cabeça.
- És doido, Maynard. Diz-me.
- Em Ravel, menina. Estou a reduzir tudo o que penso à
expressão mais simples. Ravel tem razão. Fez o «Bolero» com uma repetição
incessante de notas, só os andamentos é que mudam.
- E depois?
- Depois, é como a vida. – Disse isto e abri os olhos-
- As notas são sempre as mesmas. Só os andamentos é que mudam. E o resto, é um
problema de orquestração.
Abraçámo-nos.
- És um tigre, Maynard. Um tigre terno.
Gostei de ouvir. Narciso de merda.
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