Em matéria de country, dou-me muito bem com o Willie Nelson e com o Merle Haggard.
Toquei com eles em três ou quatro programas de televisão. O Willie é
fantástico. Ele tem um tipo a trabalhar para ele, com um frisbee virado
ao contrário cheio de erva, e toca a enrolar, enrolar, enrolar. Aí está um
verdadeiro amante de haxe. Mal se levanta, fuma uma ganza. Eu, pelo menos,
espero dez minutos! Que grande compositor. Um dos melhores. Texano, também ele.
Entendemo-nos mesmo bem. Sei o quanto o preocupa a situação dos pequenos
agricultores na América; a maior parte das coisas que fizemos juntos foi em
prol dessa causa. Os grandes conglomerados estão a abarbatar-se de tudo; é contra
isso que ele luta, e que belo combate lhes está a oferecer. Um tipo generosíssimo.
Imperturbável, inabalável, de uma fidelidade absoluta à sua causa, aconteça o
que acontecer. Só aos poucos me apercebi de que tinha crescido ao som da sua
música, porque muito antes de começar a cantar e tocar o Willie já compunha; Crazy
e Funny How Time Slips Away. Sempre me senti algo intimidado quando
tipos como ele, diante dos quais sempre me tinha ajoelhado, me vinham
perguntar; «Queres tocar comigo?» Achava que só podiam estar a brincar.
Keith Richards
em Life
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