E contudo, ela move-se.
Em redor do Sol.
Sol que, em cada dia, oferece espectáculos esplendorosos.
No amanhecer, no anoitecer.
Qual deles o mais deslumbrante.
Para saber das razões que tanta gente o prefere quando se despede de mais um dia.
Talvez pela solidão dos crepúsculos, como se lê em O Diabo Sobre as Colinas do Pavese.
Ou naquele Crepúsculo, poema de Gedeão:
Cai a tarde, dentro e fora.
E agora, ao caír da tarde,
frio, caminho, por fora,
face estranha à tarde que arde
na hora que cai agora.
Adeus, tarde. Vou-me embora
antes que seja mais tarde.
Não quero ser leão covarde:
quando tem dentes, devora,
quando os não tem, geme e chora,
anjo falso que se inflora
à hora em que cai a tarde.
Oh não quero! Vou-me embora
antes que seja mais tarde.
Para quê sentir agora
se agora é a hora da tarde?
Não há nada que nos guarde,
nem defenda nem resguarde
do que na hora é outrora.
Chora, chora, chora, chora.
Não chores mais. Vai-te embora
antes que seja mais tarde.
O sol, hoje, pôs-se às 20,36 horas, mas às 20,30 deixei de o ver, apenas o
clarão, escondido que ficou escondeu-se por detrás de um dos mamarrachos que, estupidamente-verdadeiro-crime
de lesa-pátria, deixaram construir nos terrenos do Técnico.
A escolha
musical recaiu em Tennessee Waltz, interpretações de Simone Kopmajer e da incontornável Patti Page.
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