O Fernando Assis
Pacheco dizia que a indignação é um signo diário.
O direito que
temos à indignação.
Também contra
nós próprios.
É o que me traz
aqui.
Estou
furiosamente indignado comigo.
Eu conto.
A páginas 32 das
Crónias: Imagens Proféticas e Outras do João Bénard da Costa, leio:
Dez anos antes, nunca deitei o meu filho mais velho
sem que ele ouvisse, antes de ir para o escuro, o Canon vocal Bona Nox K. 561
de 1788. Tão magicamente simples (ou tão magicamente completo) provocava, nele
como em mim, essa mesma serenidade que o tão esquecido Raul de Carvalho invocou
num dos mais belos poemas da língua portuguesa.
Vem Serenidade é um lindíssimo poema que Mário Viegas diz, como só Mário Viegas podia
dizer.
Ninguém mais.
Sim, dos mais
belos da literatura portuguesa.
O que me indigna,
é que Raul de Carvalho nas etiquetas deste blogue, apenas tem uns textos avulsos
e nem um Olhar as Capas.
Eu sei que é
vasta a lista de livros e autores a aguardar vez, mas Raul de Carvalho nestes
já cinco anos e alguns meses de Cais, ainda não ter aparecido nas
etiquetas das capas, é lamentável.
Não me perdoo.
Como se já não bastasse todo o silêncio, em vida e depois da morte, com que o Raul de Carvalho (sobre)viveu, teria que acontecer o meu.
E logo com um poeta de que tanto gosto.
Estas coisas são possíveis mas são tristes, lamentáveis.
Como se já não bastasse todo o silêncio, em vida e depois da morte, com que o Raul de Carvalho (sobre)viveu, teria que acontecer o meu.
E logo com um poeta de que tanto gosto.
Estas coisas são possíveis mas são tristes, lamentáveis.
No momento,
em que vou rectificar a falha grave, fica sempre um amargo que me deixa para lá
de não sei bem o quê.
Vem Serenidade é um longo poema de uma beleza extraordinária, 12, 53 minutos no dizer
de Mário Viegas, que podem encontrar no You Tube e que não poderão perder.
Para atenuar –
não é possível!, digo-vos - o esquecimento em que envolvi Raul de Carvalho, deixo-vos
com o Bona Nox de Mozart, de que fala o João Bénard da Costa.
Boa noite.
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