Na Nota Preliminar
que Mécia, mulher de Jorge de Sena, escreveu para os 80 Poemas, conta que este projecto da tradução dos poemas de EmilyDickinson, era um velho sonho de Sena.
Em 1962 destinavam-se
a ser publicados em separata para a revista Bandarra,
organizada por Egito Gonçalves, mas nunca foram publicados.
Em 1967, com um
acréscimo de poemas traduzidos, foi enviado à Portugália Editora «onde não teve melhor sorte».
Em Julho de 1968 os
direitos autorais foram cedidos à Editorial Inova mas tudo ficou no
esquecimento.
Em Janeiro de 1978 as
Edições 70 prontificaram-se a publicar o livro, mas o poeta viria a morrer em
Junho desse mesmo ano.
Só em Outubro de 2010
os 80 Poemas de Emily Dickinson,
traduzidos por Jorge de Sena, teriam a sua publicação incluídos nas Obras
Completas que a Guimarães passou a publicar, tarefa a que a Editora se dedicou sem
grande carinho e entusiasmo. Diga-se.
Que o projecto era muito
querido a Jorge Sena, provam-no as muitas referências feitas a essas traduções
que se podem ler na Correspondência
que trocou com Eugénio de Andrade., ao todo 22 notas.
A Inova chegou a
andar às voltas com os poemas de Dickinson, juntamente com a tradução dos
poemas de Cavafy. Estes saíram, os de Dickinson não tiveram essa sorte. E como
Sena tereia ficado feliz com essa publicação.
Em 3 de Junho de
1969, Sena escrevia a Eugénio:
«Mas estou francamente inquieto até hoje não recebi, de ti ou da Inova,
notícia de ter chegado a Emily Dickinson, que mandei pouco antes do Cavafy e
nem a respeito deste ou dela recebi da Inova qualquer comunicação. Que se passa
ou não se passa?»
Em 22 de Dezembro de
1970, mais um lamento:
«E era preciso que essa Inova se lembrasse da minha pobre Emily
Dickinson que há tantos anos sempre se vê editorialmente preterida.»
Sem comentários:
Enviar um comentário