sábado, 28 de julho de 2018

NOTÍCIAS DO CIRCO


Quatro militares da GNR, numa operação STOP em Loures, mandaram para uma viatura que circulava sem chapa de matrícula.

A viatura era conduzida pelo juiz desembargador Neto de Moura.

Este juiz, actualmente no Tribunal da Relação do Porto, foi o relator de um acórdão polémico sobre um caso de violência doméstica. No acórdão, Neto de Moura faz censura moral a uma mulher de Felgueiras vítima de violência doméstica, minimizando este crime pelo facto de esta ter cometido adultério, invocando a Bíblia, o Código Penal de 1886 e até civilizações que punem o adultério com pena de morte, para justificar a violência doméstica.

Face ao ocorrido o  chefe da patrulha elaborou uma participação dirigida ao Conselho Superior da Magistratura a denunciar que o juiz Neto de Moura «viu e ignorou a ordem de paragem dos militares da GNR», e, depois de interceptado, manteve uma «atitude provocatória, intimidatória e ofensiva» perante os elementos policiais.

Os arguidos prestaram declarações, enquanto testemunhas, no Conselho Superior de Magistratura, que arquivou o inquérito disciplinar e foram absolvidos pela primeira instância, mas o juiz recorreu para o Tribunal de Relação de Lisboa, que lhe deu razão.  

O acórdão da Relação de Lisboa sustenta que «não se pode dar como provado» que o assistente passou junto dos arguidos.

Neto Moura juntou aos autos afirmações em que sustenta que  «os agentes policiais, geralmente, mentem» e os desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa a validarem esta posição.

Os quatro militares foram condenados a uma multa de 2340 euros por denúncia caluniosa e falsidade de testemunho e ao pagamento de 9000 euros ao juiz desembargador Neto de Moura.

O Comando da GNR irá expressar, junto das entidades competentes - judiciais e da tutela -, o seu desagrado pelas afirmações indecorosas produzidas no âmbito do processo judicial e garantem todo o apoio aos quatro militares da corporação.

Chegados aqui, o cidadão comum guarda para si que, muito dificilmente, voltará a acreditar na justiça portuguesa, um sítio pessimamente frequentado.

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