Curta carta de
Mário-Henrique Leiria para a «Querida menina», enviada de Carcavelos a 28 de
Setembro de 1974, data da hipotética manifestação da maioria Silenciosa
orquestrada por Spínola.
As breves linhas
falam do momento político, mas não abordam a cena circense de Spínola:
Por enquanto estou aceitando a Junta de Salvação nacional. Por enquanto,
é o que digo. Porque não sei o que vai ser concretamente. Estou esperando o
melhor. Mas não acredito em míticos, nunca acreditei. E então em generais,
muito menos. Veremos…
Trabalha-se…
Tentar reorganizar o PC e legalizá-lo. Veremos, também.
No Mário Soares é que francamente, não vale a pena. Já começou a falar
demagogicamente, como nos anos 20. Benza-os Deus… mas comigo não.
Isabel, isto é importante, pelo menos para nós que vivemos aqui..
Não tenho tempo para mais. Estão à minha espera, já aqui ao lado para
uma reunião. Amanhã tenho mais e um dia destes pifo. Não faz mal; pifar é bom,
quando temos uma realidade.
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