Ponto de
partida. Os serviços de inteligência americanos
tinham concluído oficialmente, dias antes: "Não há dúvida de que a Rússia
interferiu nas eleições de 2016."
Ponto de
exclamação. Na segunda-feira, em Helsínquia, aquela
questão (a ingerência russa numa eleição americana) foi posta a Donald Trump. E
ele respondeu publicamente: "Não vejo qualquer razão para que tenha sido a
Rússia."
Pontos nos
is. No dia seguinte, terça, já em Washington, Donald Trump desmentiu-se,
com firmeza: quando ele disse "não vejo qualquer razão para que tenha sido
a Rússia" na ingerência das eleições, ele queria dizer "não vejo
qualquer razão para que não tenha
sido a Rússia". Simples.
Ponto e
vírgula. Com Trump, o que é, anteontem; ontem, é não.
Ponto de
interrogação. O que nos leva a uma dúvida, hoje:
"?" Sinal de pontuação que é a frase mais urgente a dizer sobre
Donald Trump.
Ponto final. Um
tipo que se engana do sim para o não pode ser um ponto. Um simples ponto. Mas
este é um Trump, o Donald Trump que se engana em matérias daquelas, numa
cimeira, com o outro mais poderoso líder mundial e anda com um botão atómico.
Parênteses. (Não
esquecer que o presidente Trump já disse, para algures, que a opção nuclear é
uma hipótese a considerar.)
Travessão -
Sim? Não? Cruel dúvida... Hoje, não. Amanhã, quem sabe?
Ferreira Fernandes,
hoje, no Diário de Notícias on-line.
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