sexta-feira, 19 de julho de 2013

A BARATEIRA


Quando tirei a fotografia ao tasco Os Anarquistas, subi o largo, que é uma rua, e fui dar uma vista de olhos à Barateira.

Ainda estava de portas abertas.

Não tenho memória de ter entrado na Barateira e sair de mãos a abanar.

Havia sempre uma pechincha.

Admito que gentes, com outras exigências, não encontrassem na Barateira o que andavam à procura: livros, revistas, o que que fosse que a livros e documentos dissesse respeito.

Um silêncio de claustro, pegar num livro e olhar os pedacinhos de pó que se desprendiam.

Por mim, sempre que procurava qualquer livro que já não apanhava nas livrarias, dirigia-me à Barateira e… voilá!

Depois de sair da Barateira, eram uns míseros passinhos, passava a Academia dos Amadores de Música do velho Graça e fazia questão de aportar ao balcão da Trindade.

Nada mais estimulante que beber uns fininhos a olhar a lindíssima azulejaria daquela catedral.

A Barateira fechou portas o ano passado.

A Trindade ainda não.

Mas os passos já não são os mesmos, os sabores também não.

Escaninhos da memória, que, piorar um pouco as coisas, já não é o que era.

É assim que envelhecemos…

2 comentários:

Anónimo disse...

Pois é, a seguir vai fechar a Sá da
Costa! E a isto nos vamos habituando pois é preciso que tudo
mude para que tudo fique na mesma.
Será assim? Os passos já não são
os mesmos, os sabores e os cheiros
também não. Apenas os azulejos da
Trindade continuam bonitos...
Saudades cada vez mais, de tantas
coisas.
M.Júlia

sammypaquete disse...

E as forças que temos de encontar para, apesar de tudo, prosseguirmos caminho...
Um abraço