sábado, 13 de julho de 2013

NOTÍCIAS DO CIRCO

O TEMPO MUDOU, por uns dias, o calor vai deixar-.nos, de manhã até caíram uns pinguitos de chuva.

Mas foi a única coisa que mudou.

Um executivo moribundo arrasta-se por aí.

O inquilino de Belém olha, medita, entende que deve falar.

Maria já queria estar na Coelheira.

Vai ter de esperar.

A meio da semana, num discurso ininteligível, Cavaco exigiu, um acordo a três: PSD, CDS, PS., um compromisso de salvação nacional.

Se é de salvação nacional que fala, qual a razão de apenas os partidos da governabilidade terem sido chamados?

Com a classe política que nos assiste que se perfila por aí, Portugal é mesmo um país ingovernável.

Definitivamente!

O Paulo e o Passos foram vexados por Cavaco.

Mas ambos estiveram, ontem, amigalhaços, sorridentes, na Assembleia da República, a debaterem o Estado da Nação.

A voz-barítono-do-Pedro, declarou que o governo está vivo e recomenda-se.

Sobre o discurso do inquilino de Belém, o Pedro disse ao Tó Zé: É preciso trocar aquilo por miúdos.

Entretanto, foram todos passar o fim-de-semana.

Não há volta a dar: eleições antecipadas, já!

OS PROCESSOS DE DESPEDIMENTO coletivo concluídos atingiram 4.808 trabalhadores até Maio, o que representa uma média de 32 despedimentos por dia e um aumento de 46,9% face a igual período de 2012.
Segundo dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho, o número de empresas que recorreram ao despedimento coletivo aumentou também 30% até Maio (de 387 para 482).

A TAXA DE DESEMPREGO JUVENIL em Portugal atingiu os 37,7% em 2012, a quarta maior da União Europeia, e mais de seis em cada dez jovens portugueses não trabalhavam nem procuravam emprego, divulgou o Eurostat.
De acordo com os dados do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia, no ano passado, o número total de jovens portugueses entre os 15 e os 24 anos totalizou 1.128.000, dos quais 266.000 tinham emprego, 161.000 estavam desempregados e 701.000 eram economicamente inativos, devido, por exemplo, à educação e formação, a responsabilidades familiares, a doenças ou a deficiências.

DURANTE O ANO passado, o sector da construção civil perdeu 15 mil empresas e mais de 130 mil postos de trabalho.
Mais de dez mil trabalhadores, trabalhadores que aguardam o pagamento de 50 milhões de euros referentes a salários em atraso e indemnizações.
Há processos de insolvência que se arrastam há mais de dez anos nos tribunais.

SEGUNDO O RELATÓRIO do Observatório de Saúde, 13% de doentes crónicos, com mais de 65 anos, e não só, estão a cortar nas despesas de saúde.
O dinheiro das parcas reformas não chega para tudo: água, luz, casa, comida, medicamentos.

ATRAVÉS DO Público, soube-se que Paulo Portas já procurava um novo gabinete onde assumiria as funções de vice-primeiro-ministro. A decisão de Cavaco ao pedir um compromisso de salvação nacional apanhou o ainda ministro dos Negócios Estrangeiros com os seus pertences empacotados e o gabinete vazio.
Segundo o diário, Portas andava em aventuras nocturnas pelo património do Estado na capital, à procura de uma sede digna para a sua nova função. O ministro até já tinha feito as despedidas pessoais no Palácio das Necessidades.

EIVADA DE RAIVA, numa histérica gritaria, Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, o segundo cargo na hierarquia do estado, gritou para os portugueses que, na galeria, exigiam a demissão do governo.
Façam o favor de se retirar, façam o favor de se retirar!
E não resistiu a citar Simone Beauvoir. 
Não podemos deixar que os nossos carrascos nos dêem maus costumes.
Simone de Beuavoir escreveu a frase, no pós-guerra, e os carrascos eram os nazis que ocuparam o país.
Borrou ainda mais o pé, quando explicou aos jornalistas que utilizara a expressão sem querer ofender nada nem ninguém. Significa que quando as pessoas nos perturbam não devemos dar atenção.
Decididamente, a piquena ensandeceu!

JOSÉ PACHECO PEREIRA, no Abrupto:

Nunca em toda a minha vida, antes ou depois do 25 de Abril, senti um tão agudo ambiente de "luta de classes". Os de baixo contra os de cima. os de cima contra os de baixo. Os de cima que fazem de conta que não há os de baixo, não existem, ponto. Os de baixo que se pudessem apanhar os de cima, sem a corte de guarda-costas, os fariam passar um mau bocado. Sem organização, sem instigação, como quem respira. 

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