O TEMPO MUDOU, por uns dias, o calor vai deixar-.nos, de manhã até
caíram uns pinguitos de chuva.
Mas foi a única coisa que
mudou.
Um executivo moribundo
arrasta-se por aí.
O inquilino de Belém olha,
medita, entende que deve falar.
Maria já queria estar na
Coelheira.
Vai ter de esperar.
A meio da semana, num
discurso ininteligível, Cavaco exigiu, um acordo a três: PSD, CDS, PS., um compromisso de salvação nacional.
Se é de salvação nacional
que fala, qual a razão de apenas os partidos da governabilidade terem sido chamados?
Com a classe política que
nos assiste que se perfila por aí, Portugal é mesmo um país ingovernável.
Definitivamente!
O Paulo e o Passos foram vexados por Cavaco.
Mas ambos estiveram,
ontem, amigalhaços, sorridentes, na Assembleia da República, a debaterem o Estado da Nação.
A voz-barítono-do-Pedro,
declarou que o governo está vivo e recomenda-se.
Sobre o discurso do
inquilino de Belém, o Pedro disse ao Tó Zé: É preciso trocar aquilo por miúdos.
Entretanto, foram todos
passar o fim-de-semana.
Não há volta a dar: eleições antecipadas, já!
Não há volta a dar: eleições antecipadas, já!
OS PROCESSOS DE DESPEDIMENTO coletivo concluídos atingiram 4.808 trabalhadores
até Maio, o que representa uma média de 32 despedimentos por dia e um aumento
de 46,9% face a igual período de 2012.
Segundo dados da
Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho, o número de empresas que
recorreram ao despedimento coletivo aumentou também 30% até Maio (de 387 para
482).
A TAXA DE DESEMPREGO JUVENIL em Portugal atingiu os 37,7% em 2012, a quarta
maior da União Europeia, e mais de seis em cada dez jovens portugueses não
trabalhavam nem procuravam emprego, divulgou o Eurostat.
De acordo com os dados do
gabinete oficial de estatísticas da União Europeia, no ano passado, o número
total de jovens portugueses entre os 15 e os 24 anos totalizou 1.128.000, dos
quais 266.000 tinham emprego, 161.000 estavam desempregados e 701.000 eram
economicamente inativos, devido, por exemplo, à educação e formação, a
responsabilidades familiares, a doenças ou a deficiências.
DURANTE O ANO passado, o sector da construção civil perdeu 15 mil
empresas e mais de 130 mil postos de trabalho.
Mais de dez mil trabalhadores,
trabalhadores que aguardam o pagamento de 50 milhões de euros referentes a
salários em atraso e indemnizações.
Há processos de
insolvência que se arrastam há mais de dez anos nos tribunais.
SEGUNDO O RELATÓRIO do Observatório de Saúde, 13% de doentes crónicos,
com mais de 65 anos, e não só, estão a cortar nas despesas de saúde.
O dinheiro das parcas
reformas não chega para tudo: água, luz, casa, comida, medicamentos.
ATRAVÉS DO Público, soube-se que Paulo Portas já procurava um novo gabinete onde assumiria as funções
de vice-primeiro-ministro. A decisão de Cavaco ao pedir um compromisso de salvação nacional
apanhou o ainda ministro dos Negócios Estrangeiros com os seus pertences
empacotados e o gabinete vazio.
Segundo o diário, Portas
andava em aventuras nocturnas pelo património
do Estado na capital, à
procura de uma sede digna para
a sua nova função. O ministro até já tinha feito as despedidas pessoais no Palácio
das Necessidades.
EIVADA DE RAIVA, numa histérica gritaria, Assunção Esteves,
presidente da Assembleia da República, o segundo cargo na hierarquia do estado,
gritou para os portugueses que, na galeria, exigiam a demissão do governo.
Façam o favor de se retirar, façam o favor
de se retirar!
E não resistiu a citar
Simone Beauvoir.
Não
podemos deixar que os nossos carrascos nos dêem maus costumes.
Simone de Beuavoir
escreveu a frase, no pós-guerra, e os carrascos eram os nazis que ocuparam o
país.
Borrou ainda mais o pé,
quando explicou aos jornalistas que utilizara a expressão sem querer ofender nada nem ninguém. Significa
que quando as pessoas nos perturbam não devemos dar atenção.
Decididamente, a piquena
ensandeceu!
JOSÉ PACHECO PEREIRA, no Abrupto:
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