Avançando, coxia fora, noto pela primeira vez que há
poucos passageiros. Sento-me no meu lugar, abro o jornal. Não consigo
concentrar-me. Os pensamentos afastam-se da leitura. Lembro-me da família, os
vizinhos, a vila, neste instante tão perto do comboio onde viajo. Teimo em ler.
Mas, as recordações voltam. Nítida, ressoa-me na memória uma voz familiar:
- Olha que não deves ler nos comboios. Ou noutros
meio de transporte.
- Porquê, tia?
- Porque pode provocar um descolamento da retina.
- Manuel da Fonseca em Crónicas Algarvias
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