Primeira página do último número de A Capital, 30 de
Julho de 2005, um sábado, tendo como director interino Paulo Narigão Reis.
Em 21 de Fevereiro de 1968 os ardinas passavam a ter
mais um título de vespertino para apregoar. E com alguns, saía assim: Lisboa,
Capital, República, Popular.
O jornal nasce de uma cisão no Dário de Lisboa. Norberto
Lopes, director, Mário Neves, sub-director, juntamente com outros jornalistas,
saem do Lisboa e formam a Sociedade Gráfica de A Capital.
Não alinhava com o regime mas não representou uma
situação de oposição aberta.
Maria Teresa Horta coordenava o suplemento literário,
Isabel da Nóbrega coordenava uma página feminina com ares novos, António
Torrado dirigia o suplemento infantil, José Saramago coordenava o suplemento A
Semana e esvrevia crónicas que, mais tarde, vieram a constituir o livro
Deste
Mundo e do Outro.
Na sucessão de directores que o jornal teve ao longo
tempo, aparecem os nomes de David Mourão-Ferreira e Francisco Sousa Tavares.
Alguns dos jornalistas de A Capital, de antes do 25
de Abril: Rudolfo Iriarte, Manuel Beça Múrias, Daniel Ricardo, Adelino Tavares
da Silva, Manuel Batoréo, José João Louro, Pedro Alvim, Alice Nicolau e o meu amigo
Hélder Pinho.
O perfeito louco, o inventor de histórias e
reportagens.
José João Louro, seu camarada de redacção:
Hélder
Pinho, para mim, o verdadeiro repórter. O mais autêntico até ao «naifismo». O
inventor do Leão de Rio Maior. Dezasseis primeiras páginas – o surrealismo na
imprensa portuguesa. Foi leão, canguru, até acabar como cão-d’água. Um leão que
assustou e entreteve o País. O fascismo decadente e podre pôs-se à caça do leão
pelas serras, aventureiro em busca de uma ilusão.
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