As cartas que recebo, são apenas facturas para pagar,
publicidade a isto ou aquilo, ou o centro de saúde a comunicar que a minha consulta
foi desmarcada e que, oportunamente, informam nova data.
Já ninguém escreve cartas, já ninguém compra selos.
Algumas estações de correios estão a fechar criando
uma série de problemas, principalmente aos idosos que, para levantarem as suas
reformas, têm de palmilhar mais caminho, ou apanhar transportes públicos,
sabendo nós ao preço a que chegaram os passes e o custo de um bilhete que se
compra ao motorista do autocarro.
Para meu espanto, chegou uma carta com o recibo de
um trabalho feito pelas Chaves do Areeiro.
A surpresa é que a carta não chegou com a fita
costumeira, mas sim com um selo.
Ainda por cima um bonito selo, que assinala as
Festas de Lisboa.
Mesmo sendo uma carta comercial, o selo que nela
colocada, é uma proximidade pessoal.
Uma carta que, acreditem ou não, me encheu de
satisfação.
Ao que se chegou para uma coisa tão banal, mereça
referência e, no cinzento dos dias, provocar uma tão boa disposição.
Chamem-lhe o que quiserem, eu chamo alegria de olhar um selo de correio.
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