Quando tirei a fotografia ao tasco Os Anarquistas,
subi o largo, que é uma rua, e fui dar uma vista de olhos à Barateira.
Ainda estava de portas abertas.
Não tenho memória de ter entrado na Barateira e sair de mãos a abanar.
Havia sempre uma pechincha.
Admito que gentes, com outras exigências, não
encontrassem na Barateira o que andavam à procura: livros, revistas, o que que fosse que a livros e
documentos dissesse respeito.
Um silêncio de claustro, pegar num livro e olhar os pedacinhos de pó que se desprendiam.
Um silêncio de claustro, pegar num livro e olhar os pedacinhos de pó que se desprendiam.
Por mim, sempre que procurava qualquer livro que já
não apanhava nas livrarias, dirigia-me à Barateira e… voilá!
Depois de sair da Barateira, eram uns míseros
passinhos, passava a Academia dos Amadores de Música do velho Graça e fazia
questão de aportar ao balcão da Trindade.
Nada mais estimulante que beber uns fininhos a olhar
a lindíssima azulejaria daquela catedral.
A Barateira fechou portas o ano passado.
A Trindade ainda não.
Mas os passos já não são os mesmos, os sabores
também não.
Escaninhos da memória, que, piorar um pouco as
coisas, já não é o que era.
2 comentários:
Pois é, a seguir vai fechar a Sá da
Costa! E a isto nos vamos habituando pois é preciso que tudo
mude para que tudo fique na mesma.
Será assim? Os passos já não são
os mesmos, os sabores e os cheiros
também não. Apenas os azulejos da
Trindade continuam bonitos...
Saudades cada vez mais, de tantas
coisas.
M.Júlia
E as forças que temos de encontar para, apesar de tudo, prosseguirmos caminho...
Um abraço
Enviar um comentário