Escutem!!! Depois de Kirkuk e Mossul, a segunda cidade
iraquiana, os jihadistas tomaram Tikrit e atacam Samarra. Aqui chegados
deixem-me lembrar-vos a velha história Um Encontro em Samarra contada por
Somerset Maugham. Tendo um comerciante de Bagdad mandado o criado ao mercado,
este veio a tremer: "Vi a Morte a olhar para mim!" O comerciante deu
o seu melhor cavalo ao criado e disse-lhe para se esconder numa cidade vizinha,
Samarra. Depois, o comerciante foi ao mercado e, tendo encontrado a Morte,
ralhou com ela por ter ameaçado o seu servo. Mas a Morte disse: "Não
ameacei, só me admirei porque tinha com ele, hoje, um encontro em
Samarra..." Há, pois, um encontro com a morte em Samarra. Denunciado,
aliás, por um velho provérbio português: "Quem te manda a ti, sapateiro,
tocar o rabecão." Um dia, um imperialismo forte de músculos e vazio de
cabeça tomou Bagdad. E que fez? Acabou com o exército e a polícia iraquiana.
Qualquer músico de rabecão saberia dizer a Bush o trivial: "Matem meia
dúzia de generais e substituam-nos por jovens coronéis. Mudem os déspotas,
nunca destruam as instituições." Mas os sapateiros de Washington não
quiseram assim. Apagaram sem precaver-se com alternativa. E querem os atuais
sapateiros fazer o mesmo com a Síria... Baralham tudo, embora com desculpa:
rabecão em português também quer dizer "carroça fúnebre para
indigentes". Nesse sentido, a política americana para o Médio Oriente tem
tocado afinada.
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