Ossadas
Afonso Duarte
Seara Nova,
Lisboa, Março de 1947
Podem encher-me os punhos de grilhetas
Ou pregar numa cruz a vida minha;
Não é canto propício de poetas
O velho medo que guarda a vinha.
O antigo é a doença que eu mais detesto;
É viciar o que já foi virtude!
O tornar ao Passado é sempre um resto,
Ou pior, uma falta de saúde.
Ou pregar numa cruz a vida minha;
Não é canto propício de poetas
O velho medo que guarda a vinha.
O antigo é a doença que eu mais detesto;
É viciar o que já foi virtude!
O tornar ao Passado é sempre um resto,
Ou pior, uma falta de saúde.
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