Carta escrita em
S. Paulo no dia 15 de Dezembro de 1962, de «madrugada, para conservar as
tradições…»
Ainda, e sempre,
o mesmo desespero:
«A dois de Janeiro farei a façanha de entrar nos 40
anos. Desejo profundamente que esta chateação de estar vivo não se prolongue
por muito mais. Começo a estar farto.»
Também a esperança
de um qualquer muro vir a desabar:
«Sou apenas um pobre solitário às cabeçadas e aos
pontapés contra uma parede de granito com dezenas de metros de altura; simplesmente,
estou convencido que os meus pontapés e as minhas cabeçadas hão-de ajudar a
fazer cair um dia esse maldito muro, mesmo que eu já não assista à queda dele.
E, afinal, que importância tem que eu assista ou não? O muro há-de cair, essa é
a minha ceteza. Irra, há-de cair mesmo…»
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