Quero
dormir na água das palavras
que amam o
silêncio
e a lentidão da
luz
que é o fulgor de
uma evidência indecifrável
Quero ser a concha
do ingénuo sossego
de uma flor branca
como o monótono
murmúrio
de uma respiração
solar
Quero ser o ouvido
de veludo
de um insecto azul
e quero beber a
linfa do olvido
numa boca de
argila
para sentir a
monotonia ardente
da garganta da
terra
António Ramos Rosa em Resumo: a poesia em
2013
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