terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

RELACIONADOS


(Olho par ao fogo. A Rosalia pergunta-me: «em que pensas?» «Em nada» - respondo. – Em boa verdade, tento reduzir a cinzas  Pensamentos de desgosto. Alguns amigos estão presos por terem entrado na revolução falhada de Beja.)

O Sol às vezes adormece na Lua,
outras, suicida-se nos poços,
deita-se na hulha
das noites enterradas
onde o fogo dorme o seu sono
de cama nocturna.

Mas de quando em quando
levanta-se  estremunhado,
acorda nas árvores,
enlouquece no sangue das lareiras
dos tijolos de breda.
E então é dançar
atado a uma labareda.

José Gomes Ferreira em Poesia VI

Sem comentários: