O sacana continua a vir a Portugal a preços proibitivos.
Toca há mais de 20 anos com a New Orleans Jazz Band e volta a Portugal para mais um concerto com bilhetes que vão dos 25 euros, galeria de pé, aos 120 euros, cadeira de orquestra.
A minha ingenuidade leva-me a pensar que estas performances acontecem
por divertimento, puro gozo.
Tenho com Woody Allen uma velha cumplicidade nascida
quando, no outro século, no Apolo
70, vi O Grande
Conquistador, tempos-de-ditadura-joe-dimaggio traduzido-como-Eusébio para
que se pudesse entender o que o realizador pretendia.
Não chego ao ponto de dizer que gosto de todo os seus filmes, mas há sempre qualquer coisa que permite não dar o tempo por mal empregue.
Nem que seja pelas bandas sonoras, pérolas do American Song Book e, nos créditos, aquelas letras brancas sobre fundo negro e muita música.
Woody Allen é divertido e elegante, mas também, necessariamente, repetitivo e desigual.
Mas não consigo passar sem os seus filmes.
Ele sempre disse: quero apenas fazer um bom filme. Quero que o público saia da sala a dizer: não gostei do filme mas, pelo menos, não insultou a minha inteligência.
Sean Penn a fazer de Emmet Ray – um papelaço! - em Sweet and Lowndown:
Melhor que eu só o cigano Django Reinhart.
Texto publicado em 2 de Julho de 2017
3 comentários:
Mas faz-se pagar (tão caro) pelo seu talento de músico? Ou apenas por ser quem é? Se fôr apenas por ser quem é então ...
Claro que há muito melhores intérpretes do jazz de New Orlenas do que a Jazz Band de Mr. Woody Allen.
Ele próprio declara-se um mero amador pelo que os preços dos bilhetes tem a ver com a personagem que é. Se o Seve tiver oportunidade de ver o documentário «Wild Man Blues» perceberá mlehor a situação.
Acresce que ele tem de ganhar dinheiro, porque a competição desenfreada que Mia Farrow lhe moveu nos tribunais, «um estúpido desperdício de dinheiro», tal como ele diz na «Autobiografia»,a isso o obriga.
Obrigado Sammy pelo esclarecimento e pela recomendação do dicumentário.
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