sábado, 10 de outubro de 2020

ANTOLOGIA DO CAIS

Para assinalar os 10 anos do CAIS DO OLHAR, os fins-de-semana estão guardados para lembrar alguns textos que por aqui foram sendo publicados.

PRAZERES

Teria para aí os meus 16 anos quando bebi o meu primeiro gin-tónic.

Na inauguração, no Largo da Graça, da delegação do Banco Português do Atlântico.

Estava com o meu pai e lembro-me de um barman, chegar ao pé de mim, com uma bandeja na mão onde estavam copos com um líquido esbranquiçado, gelo e uma rodela de limão. Imaginei serem limonadas. Era gin-tonic. Bebi e fiquei cliente.

Um dia, conheci o Mário-Henrique Leiria, li os Contos do Gin-Tonic, e se já interiorizara que o gin-tonic é a melhor bebida do mundo, dúvidas deixaram de existir.

Diz o Joe Could que o gin liga a bomba da memória e um velho slogan publicitário  conta que as histórias românticas de um bêbado, são mais credíveis se vierem de alguém que andou a beber gin «Tanqueray».

Passados uns 60 anos pela inauguração da delegação bancária, acordo pelas manhãs a saber que o fígado já não pode pacificamente com o gin-tonic.

E tão amigos que eles eram!

Há uma velha canção do Cole Porter, «Two Little Babes in the Wood», em que, numa das muitas e variadas versões, se ouve:

«Descobriram que a fonte da juventude é uma mistura de gin e vermute.»

Legenda: imagem de um gin vermute.

Texto publicado em 17 de Maio de 2019

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