quinta-feira, 8 de outubro de 2020

SARAMAGUEANDO

Neste mesmo dia, há 22 anos, quando o Prémio Nobel da Literatura foi atribuído ao português José Saramago e pela primeira vez à língua portuguesa, muitos milhares e milhares espalhados pelo mundo,  desconheciam o escritor.

Alguns terão ido à procura de um livro seu e pode ter acontecido ficarem a gostar. O contrário também foi possível.

Por aqui, Eduardo Prado Coelho escreveu que um país se levantou em alegria.

Nem todo um país, é certo, mas muitos foram em busca dos seus livros, das suas palavras.

«Gostava de conhecê-lo pessoalmente para lhe poder dizer que, de alguma forma, os  seus livros mudaram muito da minha vida.», como escreveu um leitor anónimo, naquelas muitas milhares e milhares de cartas que Saramago recebeu e que ainda aguardam publicação em livro, tal como um dia o autor deixou expresso.

«Tenho milhares de cartas e costumo dizer que a obra completa de um escritor só estará realmente completa publicando-se uma selecção das cartas dos leitores porque – fala-se tanto da teoria da recepção – é naquelas cartas que se vê realmente o que é a recepção. Em casa devemos ter umas duas mil cartas de leitores que é preciso classificar e ordenar.»

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