Esta "Tirada" é curtinha e é sobre W.A. e as novas tecnologias.
Embora não leve as coisas tão longe quanto ele, confesso que o compreendo bem...
"Fechos éclair", por exemplo, é coisa que não suporto, e fico maldisposto de cada vez que tenho de os usar...!
"Como todos os objetos mecânicos, tornámo-nos (Nota: ele e o
carro) imediatamente arqui-inimigos. Não gosto de aparelhómetros. Não tenho
relógios, não ando de chapéu de chuva, não sou dono de gravadores e até hoje
preciso da minha mulher para me ajudar a ajustar o aparelho da televisão. Não
tenho computador, nunca me aproximei de um processador de texto, nunca mudei um
fusível, enviei um email a alguém ou lavei um prato. Sou um desses velhos
baralhados que necessitam que lhes inutilizem todos os botões da
televisão com fita-cola para que possa usar apenas o botão de ligar e desligar,
e os do volume.
Aos dezasseis anos ofereci a mim mesmo uma nova máquina de escrever, uma máquina portátil Olympia. Datilografei nela tudo aquilo que alguma vez escrevi: os meus guiões, peças, histórias, casuals (é assim que se chamam aquelas peças engraçadas do New Yorker). Até hoje não sou capaz de mudar a fita. É a minha mulher que o faz por mim, mas, durante vários anos, enquanto era solteiro, tinha um conhecido que convidava para jantar sempre que precisava de mudar a fita."
(Pág. 97 e
98)
Sem comentários:
Enviar um comentário