sábado, 23 de janeiro de 2021

DOS REBOTALHOS E COISAS ASSIM...


Mais ou menos há um ano, quando a Organização Mundial de Saúde revelou ao mundo, a existência de um vírus, a que chamou Covid-19, datou o seu aparecimento no dia 27 de Dezembro, na China, mais propriamente na cidade de Wuhan.

Lembra-se de, idiotamente, ter dito que aquilo era longe, muito longe, e que os chineses resolveriam o problema.

A 30 de Janeiro, a Organização Mundial de Saúde lançou um desesperado alerta sobre os riscos do coronavírus, e havia apenas 82 casos, e nenhuma morte, fora da China.

No dia 23 de Fevereiro leu no Público que se registaram, devido ao vírus, duas mortes e seis dezenas de infectados.

Porra!,  mas a Itália não é tão longe como a China!...

A 11 de Março a Organização Mundial de Saúde declara o mundo em pandemia.

Em Portugal, a primeira morte ocorre a 16 de Março.

Determinam-nos confinamento.

 No último dia de escola, os professores escreveram no quadro: «Vamos ficar Todos Bem».

As crianças trouxeram a mensagem para casa, algumas fizeram desenhos e colaram  nos vidros das janelas.

O  vírus tinha galgado todas as fronteiras.

Hoje, Portugal regista 9.920 mortes e no mundo, esse número atinge os 2.111.560.

Um dia, sempre um dia, saberemos quem sabia o quê, desde quando, como deixaram que isto, assim se propagasse.

Chove como ele gosta que chova.

Gosta de ficar em casa quando assim chove.

Mas não gosta que o estupor de um vírus o obrigue a ficar em casa.

Como o dizia o Almirante, num tal Verão quente: «não gosto de ser sequestrado… é uma cosa que me chateia, pá!...»

Lembra-se dos versos de um poema do Eugénio de Andrade:

«Que posso eu fazer senão escutar o coração inseguro dos pássaros, encostar o coração, a minha face ao rosto lunar dos bêbados e perguntar o que aconteceu…»

Enquanto os dedos percorriam o teclado, em fundo esteve o Adagio Sostenuto do Concerto Nr. 2 de Sergei Rachmoninov.



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