Leu um texto no Largo da Memória e deixou um comentário, porque lhe veio à memória as noites de
domingo quando o Helder Pinho, que veio a ser um excelente repórter de A Capital, esteve por lá desde o
primeiro número, fez de tudo, até crítica a restaurantes como D. Pipas,
acompanhava a Aida até Cacilhas, donde partia a camioneta que o levava até à recruta militar em Tavira, saía de Cacilhas à meia-noite, chegada a Tavira às 7 da manhã,
ficávamos por ali a petiscar e ele sempre de livro de poesia na mão, a recitar,
alto, poemas nos tascos e está nítida ainda essa noite, já lá vão 54 anos, em
que levou os Poemas de Bertold Brecht
e entre um penalty de tinto, molhando pão no molho dos berbigões à Bulhão Pato,
e, olhando os restantes clientes do tasco, recitou alto:
O Luís Eme haveria de publicar a fotografia que encontrara numa barca no Olho de Boi.
Como um dia disse o poeta: isto anda tudo ligado!
Legenda: fotografia de Luís Eme
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