CINEMA
No
meu olhar,
de
gosto,
ritmo,
aroma
e
seda,
com
ele,
por
mágica alameda
eu
sonho ir ao espaço das visões,
que
rolam como os mundos,
numa
sagrada música visível,
onde
eu me dispersaria...
Ó
Cinema, ó maravilha
em
que eu me possuiria,
mas
que apenas possuo
da
sombra,
na
viva solidão da multidão quieta,
entre
as carícias do silêncio ao pensamento,
sem
esforço levado
a
sofrer, a sentir
o
que de eterno há num momento!
Em
ti, a vida,
mais
viva porquanto mais alada
em
fantasia livre,
sem
noites e sem dias,
brutal
ou delicada,
é
síntese movendo-se
em
transcendência de tristezas e alegrias,
numa
calma final de nuvens macias como penas,
que
tempestades não consomem,
de
encontro ao metálico recorte
das
projecções estéticas do homem!
Cinema!
mais
que tudo, és
o
que lá fora buscam almas inquietas!
Mais
que tudo, nos dás
o
sonho que das almas sobe
nas
imagens dos poetas!
Edmundo
Bettencourt na antologia Poemas Com
Cinema
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