terça-feira, 24 de janeiro de 2023

DOS REBOTALHOS E COISAS ASSIM...


Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia pediu a demissão. A jornalista Bárbara Reis, sobre essa demissão, escreveu o Público:

«É uma maravilha ouvi-la falar. Na era da desesperança política, Ardern é frescura, é inspiração, é alegria, é luz. Demitiu-se antes de tempo, sem um escândalo ou uma crise — para além da crise geral. Podia continuar no poder, mas disse que já não tem o “tanque cheio, mais a reserva” e que só faz sentido ocupar o lugar quando o tanque está muito cheio.

Notem as suas palavras: “Não estou a sair porque é difícil. Se fosse isso, provavelmente teria saído dois meses depois. Estou a sair porque esta função, tão privilegiada, exige responsabilidade. A responsabilidade de saber quando somos a pessoa certa para liderar e, também, quando não somos.”

E mais esta: “Espero ter deixado a convicção de que se pode ser gentil, mas forte. Empático, mas decidido. Optimista, mas focado. Que podemos ser o nosso próprio tipo de líder — um líder que sabe qual é o melhor momento para sair.”

Agora que passou o choque da demissão-surpresa, vai especular-se sobre as reais razões da saída. O “tanque” de Ardern deixou de estar cheio simplesmente porque é isso que acontece após cinco anos e meio a chefiar um país? Porque a sua popularidade caiu mais 1% e o rival de direita subiu 2%? Porque vai ser difícil formar o próximo governo? Porque tem uma filha de quatro anos e quer ir buscá-la à escola? Porque, por mais que se diga que “já foi pior”, é muito difícil ser mãe de um bebé e chefe, sobretudo de um país.

Helen Clark, a primeira mulher eleita para chefiar o governo na Nova Zelândia, disse que Ardern recebeu ataques “sem precedentes” e que a sua demissão devia pôr a país “a pensar se quer continuar a tolerar a polarização excessiva que está a tornar a política uma vocação cada vez menos atraente”: “As pressões sobre os primeiros-ministros são sempre grandes, mas nesta era de redes sociais, notícias feitas para atrair clicks de leitores e ciclos de media 24 horas por dia, 7 dias por semana, Jacinda enfrentou um nível de ódio sem precedentes.”

Clark não está sozinha. Outros líderes dizem que a quantidade e intensidade de abusos e ameaças contra Ardern contribuíram para a sua saída antes de tempo. Ameaças de morte, perseguições e agressões na estrada, insultos de todo o tipo, para além de anos a responder às perguntas mais misóginas de se possa imaginar.»

 Devagar vamos aprendendo que os problemas da participação das mulheres na vida política é um problema de natureza cultural e, como tal, não se resolve por meio de quotas, decretos ou simpatias.

O filósofo Sófocles, lá muito para trás, deixou escrito: disse lá muito parabtr

«Quando uma mulher está em condições de igualdade com um homem, torna-se superior» e o escritor Somerset Maugham admitiu que somente a mulher sabe do que a mulher é capaz.

1.

Continuam as investigações em quase tudo o que são autarquias aqui no pedaço, e tanto quanto se consegue ver, ou inventar, na Câmara de Lisboa as investigações vão até ao tempo em que António Costa era presidente.

Continuam os crimes – os que se vão conhecendo –dos padres pedófilos com crianças: A diocese de Viana do Castelo anunciou, ter proibido um padre de Monção, de exercer o sacerdócio depois de este ter confirmado um caso de abuso sexual de menor.

Continuam os imbróglios com as migrações: Pode chegar aos oito mil euros o salário do diretor da nova Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo que vai herdar as funções administrativas do SEF - mais do dobro do vencimento dos diretores nacionais da Polícia Judiciária,  

Os problemas com o SEF, e similares, denotam que os efectivos são poucos para resolverem as questões que o assunto exige.  Abrimos as portas aos migrantes mas depois não conseguimos iniciar, conduzir e finalizar o processo de cada migrante no nosso país.

Continuam os casos de imigrantes espoliados e tratados como escravos nos campos onde o trabalho sazonal é assegurado exclusivamente por estes trabalhadores, história bem sinistras que, volta e meia, chegam ao nosso conhecimento, onde as diversas máfias impõem a sua força.

 Não continua, porque começou agora, a polémica com o altar-palco onde o Papa Francisco celebrará, no próximo Verão, a missa final da Jornada Mundial da Juventude  e que  vai custar 4,2 milhões de euros.

A procissão ainda não saiu do adro, mas as palavras do Papa necessitam de um palco com este custo? O que se torna importante: as palavras ou o local onde elas serão proferidas?

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