domingo, 28 de abril de 2013

UM SOBERANO DESPREZO PELA CULTURA



Por constrangimentos orçamentais, a programação de Maio da Cinemateca Portuguesa não terá qualquer ciclo temático ou dedicado a um autor, tal como tem acontecido até aqui.

Em comunicado, a direção da Cinemateca explica que teve de abdicar dos ciclos temáticos da programação por estar impedida de recorrer a quaisquer cópias oriundas de fontes externas importadas pela própria Cinemateca, assim como a respetiva legendagem.

Assim, só terão legendagem os filmes que façam parte do acervo da Cinemateca.

É deste modo, que as instituições de cultura, neste país, vão fechando portas.

Cinema?

Mas cinema para quê?

Não puxam logo da pistola, por enquanto, mas não conseguem distinguir um livro de uma abóbora, um filme de um elefante, por aí fora.

A long time ago, Vasco Pulido Valente foi secretário adjunto de Sá Carneiro e tinha de arranjar um secretário de estado da cultura. Não conseguiu. Sá Carneiro começou a ficar à beira de um ataque de nervos, pois tinha de apresentar  a lista do governo a Ramalho Eanes e não eram famosas as relações entre os dois.

- Então já tem o SEC?
- Não!
- Então vai você.
- Eu, porquê?
- Não posso levar a lista do governo sem um SEC e como você estava encarregue de o arranjar, e não conseguiu...
- Olhe que vai ser um fiasco.
- Se for um fiasco sempre se ganha tempo...

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