13 de Abril de 1974
O Serviço de
Informação Pública das Forças Armadas, regularmente comunicava os soldados que,
nas três frentes da guerra colonial, morriam em combate, por doença, ou
desastre de viação.
As mortes por desastres
de viação eram superiores à dos soldados mortos em combate, o que poderia levar
a pressupor que os militares serviam-se das picadas para, com as unimogs,
realizarem corridas de Fórmula 1.
Paluteia Mendes, que
ficou cego em combate, contou há unas anos, o diálogo que mantivera com uma
daquelas damas do Movimento Nacional Feminino:
- Isso foi um
acidente de viação?
- Foi, sim, minha
senhora. Foi um desastre de trotinete.
Para além dos
relatórios semanais era publicado um relatório mais completo que revelava os
êxitos que a tropa portuguesa ia tendo na luta contra os povos africanos.
A imagem, que acima,
se pode ver, reproduz um relatório mensal distribuído pelo Comando-Chefe das
Forças Armadas em Moçambique e referente ao mês de Abril do ano de 1967.
Apenas os jornais
afectos ao regime ditatorial, publicavam estes relatórios. Este foi publicado
pelo jornal Novidades de 12 de Maio de 1967.
Para além da ficção construída à volta de uma guerra, que ainda hoje nos
deixa confrangidos, pode ler-se que os responsáveis militares tratavam de bandoleiros, homens que, simplesmente,
defendiam uma terra que era sua.
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