Coloco aqui algumas fotografias que tirei na manifestação dos
40 anos do 25 de Abril.
Estou farta de todos os anos ouvir a mesma lenga-lenga do valer
a pena continuar a assinalar a data da nossa libertação.
Por mim, e não só, o 25 de Abril nunca será uma data insignificante.
Ouvir dizer que estávamos melhor nos tempos do Salazar e
Caetano é uma afronta que me repugna. Só quem viveu aqueles tempos miseráveis –
muitos já esqueceram… - pode entender o quanto aquele dia marcou a vida dos
portugueses.
Ainda há dias perdi a calma com um jovem taxista que me
dizia que os tempos que hoje vivemos, maus tempos, é certo, eram culpa do 25 de
Abril. Fora do sério apenas lhe falei de uma coisa que ele não deve fazer a
mínima ideia do que foi: guerra colonial.
Quando me perguntam onde estava no 25 de Abril, respondo
sempre que não sabia de nada, que estava a sair da cama para ir trabalhar,
quando a Aldina, a vizinha do lado, me veio dizer para ouvir o que a rádio
estava a dizer.
Sabia, no entanto, que já há andava na luta pelas 44 horas
semanais no comércio, que quando o 25 de Abril chegou tínhamos atingido o ponto
dessa luta entrar na fase do agora ou nunca.
O 25 de Abril foi a pronta possibilidade do ganhar essa
luta.
Trabalhava como empregada do balcão desde os 12 anos e tinha
29 quando chegámos ao tempo dos cravos e da esperança.
É por isso, e tanto mais, que certas lengas-lengas me deixam
furiosa,
Por mim, digo e repito:
Sempre, 25 de Abril sempre!Obrigado!
Sem comentários:
Enviar um comentário