5 de Abril de 1974
A imagem mostra Marcelo Caetano na missa celebrada na Catedral de Notre-Dame, por alma do Presidente Pompidou.
Era este o motivo pelo qual a Censura, ontem, solicitava aos jornais, televisão e rádios, que não revelassem de imediato a constituição da delegação portuguesa às solenes exéquias do Presidente Pompidou.
Era este o motivo pelo qual a Censura, ontem, solicitava aos jornais, televisão e rádios, que não revelassem de imediato a constituição da delegação portuguesa às solenes exéquias do Presidente Pompidou.
Patético é o mínimo comentário que ocorre.
Sonhavam com fantasmas o tempo inteiro e desconheciam (?)
que o 25 de Abril estava, quase, a bater à porta!...
Ana Paula Machado Pinto de Freitas, com 16 anos, estudante,
residente no Porto, foi a vencedora do 2º Concurso da «Rapariga Ideal»,
organizado pela Mocidade Portuguesa Feminina.
O Secretário de Estado da Juventude e Desportos, presidiu à
sessão de encerramento e, segundo a imprensa do regime, o concurso foi intensamente
formativo, proporcionando simultaneamente a revelação de dons e a aquisição de
novos valores, o estudo e a reflexão pessoais, aliados a uma experiência
enriquecedora de vida em grupo, a análise objectiva dos problemas e o
empenhamento na sua solução. Tudo isto sem perder de vista a missão específica
que incumbe a cada rapariga. Já hoje como jovem e, mais tarde, como mulher, na
comunidade em que se insere.
Talvez lembrar que, em 1936, Oliveira Salazar preconizava
que o
trabalho das mulheres fora de casa não deve ser incentivado. Uma boa dona de
casa tem sempre muito que fazer.
Segundo a agenda do Cinéfilo,
às seis e meia na tarde, no Cinema Monumental, numa iniciativa de Luís Villas
Boas (quando se fala de jazz em Portugal há que considerar, sempre: antes e
depois de Villas Boas), actuava Art Blakey, um nome incontornável do jazz dos
anos 50, e não só!
Ainda, segundo o Cinéfilo, também no Monumental, classificado para maiores de
10anos, estava em exibição Luzes da Ribalta de Charles Chaplin:
Chaplin está em Lisboa.
A cidade iluminou-se.
As «Luzes da Ribalta» acenderam-se.
É ver, meus senhores, é ver «o mais belos dos filmes», uma obra-prima no
dizer de André Bazin.
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