29 de Abril de 1974
O quinto dia da nossa vida em liberdade.
A importante notícia que percorre todos os jornais:
É instituído como feriado nacional obrigatório o dia um de maio,
considerado o «Dia do Trabalhador.»
Por outro lado, continuam as manifestações, as reuniões
políticas, a «caça ao pide.»
Na página desportiva do Diário de Lisboa, uma interessantíssima
observação do jornalista Neves de Sousa e que constitui a abertura da sua crónica
sobre o jogo entre o Sporting e o Belenenses para a Taça de Portugal.
Com tanto pide preso e barões e baronetes em fuga, gentes
que tinham cartões de livre- trânsito para todos os jogos de futebol, não
ocuparam os seus lugares…
O República chama para a 1ª página uma afirmação de Mário Soares
na sua chegada a Lisboa.
Nas páginas interiores noticia que essa figura sinistra, que
dá pelo nome de Capitão Maltês e era o comandante da Polícia de Choque, ainda
andava fugido.
Na última página ficava a saber-se que Henrique Tenreiro,
ex-deputado e presidente da Junta Central da Legião Portuguesa, para além de
outros títulos, apresentou-se, voluntariamente, à Junta de Salvação nacional
Também no República, uma notícia insólita: a administração dos TLP
tenciona descontar aos trabalhadores o facto de não terem ido trabalhar no dia
25 de Abril.
Lembrei-me de uma curiosa história.
Numa data redonda de comemoração do 25 de Abril, o Diário
de Notícias pediu aos seus leitores que, em cem palavras, escrevessem uma
história sobre o 25 de Abril.
O leitor Joaquim Santos, de Póvoa de Santo Adrião esgalhou
esta deliciosa história:
Na primeira página, A Capital dava conta da constituição do Movimento
Democrático Português.
Para a Comissão Central Provisória, entre outros, foram
votados Francisco Pereira de Moura, José Tengarrinha, Victor Wengorovius, Luís
Moita, Henrique Neto.
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