terça-feira, 29 de abril de 2014

À CONSIDERAÇÃO SUPERIOR


29 de Abril de 1974

O quinto dia da nossa vida em liberdade.

A importante notícia que percorre todos os jornais:
É instituído como feriado nacional obrigatório o dia um de maio, considerado o «Dia do Trabalhador.»
Por outro lado, continuam as manifestações, as reuniões políticas, a «caça ao pide.»
Na página desportiva do Diário de Lisboa, uma interessantíssima observação do jornalista Neves de Sousa e que constitui a abertura da sua crónica sobre o jogo entre o Sporting e o Belenenses para a Taça de Portugal.


Com tanto pide preso e barões e baronetes em fuga, gentes que tinham cartões de livre- trânsito para todos os jogos de futebol, não ocuparam os seus lugares…


O República chama para a 1ª página uma afirmação de Mário Soares na sua chegada a Lisboa.


Nas páginas interiores noticia que essa figura sinistra, que dá pelo nome de Capitão Maltês e era o comandante da Polícia de Choque, ainda andava fugido.


Quem quisesse sair do País só poderia levar um máximo de 50 contos.



Na última página ficava a saber-se que Henrique Tenreiro, ex-deputado e presidente da Junta Central da Legião Portuguesa, para além de outros títulos, apresentou-se, voluntariamente, à Junta de Salvação nacional


Também no República, uma notícia insólita: a administração dos TLP tenciona descontar aos trabalhadores o facto de não terem ido trabalhar no dia 25 de Abril.


Lembrei-me de uma curiosa história.
Numa data redonda de comemoração do 25 de Abril, o Diário de Notícias pediu aos seus leitores que, em cem palavras, escrevessem uma história sobre o 25 de Abril.


O leitor Joaquim Santos, de Póvoa de Santo Adrião esgalhou esta deliciosa história:


Na primeira página, A Capital dava conta da constituição do Movimento Democrático Português.
Para a Comissão Central Provisória, entre outros, foram votados Francisco Pereira de Moura, José Tengarrinha, Victor Wengorovius, Luís Moita, Henrique Neto.

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