A presidente da Assembleia da República disse que se os militares da
Associação 25 de Abril não forem ao Parlamento nas comemorações do aniversário
dessa data "o problema é deles".
A dra. Assunção Esteves está equivocada. O problema não é
"deles". O problema é da senhora presidente da Assembleia da República
que não quer ser incomodada com um discurso que extravase o que é normal entre
os parlamentares da maioria e da oposição.
O problema é da senhora presidente da Assembleia da República, que não
tem um pingo de bom senso - porque, se tivesse, lembrar-se-ia que só se senta
na cadeira onde se senta porque os militares que ela não quer ouvir abriram
caminho para que tal fosse possível.
O problema é da senhora presidente da Assembleia da República porque,
se tivesse um pingo de bom senso, lembrar-se-ia que este ano se comemora uma
data redonda, 40 anos, sobre o 25 de Abril de 1974, pelo que seria totalmente
admissível que abrisse uma excepção e que, para além dos parlamentares, fosse
dada voz aos militares que abriram caminho para que esta Assembleia da
República existisse.
O problema é da senhora presidente da Assembleia da República porque,
se fosse minimamente agradecida, lembrar-se que a reforma que aufere por ter
sido juíz do Tribunal Constitucional só é possível porque os militares que não
quer ouvir abriram caminho para que tal fosse possível.
Pensando melhor, contudo, talvez o problema não seja da senhora
presidente da Assembleia da República. Talvez o problema seja do país que tem
como segunda figura do Estado a dra. Assunção Esteves, que já demonstrou por
várias vezes não ter um pingo de bom senso. E seguramente que essa tem de ser
uma das qualidades exigidas para se ser a segunda figura do Estado português.
Nicolau Santos, Expresso On-line
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