sábado, 19 de abril de 2014

O CINEMA É NICHOLAS RAY!


19 de Abril de 1974

Há quem seja perentório em afirmar: o cinema é Nicholas Ray!
 Talvez por isso, e não só, se perceba o entusiasmo, a paixão, com que o escriba de serviço à agenda do Cinéfilo transmite aos seus leitores o quanto é um crime de lesa pátria não ir à sessão da meia-noite do Londres ver, rever, o Johnny Guitar de Nicolas Ray.
Faz parte das lendas da vida saudoso João Bénard da Costa, atribuírem-lhe centenas de visionamentos do Johnny Guitar.
Numa crónica no Independente, Bénard da Costa, clarificou:
Só vi o Johnny Guitar 68 vezes entre 1957 e 1988. Dá para saber de cor? Nunca se sabe o Johnny Guitar de cor. Cada vez é uma nova vez.

O ministro do interior César Moreira Baptista deslocou-se ao Porto onde deu posse ao novo Governador Civil, Mário Leal.
Na primeira página, O Século colocava uma fotografia do ministro e a legenda: Para a sua primeira deslocação ao Porto como ministro do Interior, o dr. César Moreira Baptista escolheu o mais democrático dos meios de transporte ao seu alcance: o comboio. Como um vulgar passageiro embarcou, no rápido das 8 e 40 em Santa Apolónia e, ora entretido na leitura, ora contemplando a paisagem através das amplas vidraças da carruagem, venceu, a distância, chegando ao Porto à hora do almoço, para, durante a tarde e a noite cumprir o programa oficial que ali o aguardava.

A censura determinava para os jornais que eram proibidas todas as notícias a dizer Traineiras não foram para o mar.


O ministro do Ultramar Baltasar Rebelo de Sousa, ao despedir-se de um grupo de alunas do Instituto de Odivelas, que se preparava para visitar Angola, garantiu que naquelas terras se sentiriam ainda mais portuguesas perante a lição de patritismo que as populações de todas as etnias lhes vão proporcionar, pela comunhão humana que ali se respira e pelo entusiasmo galvanizante de todos, especialmente da sua generosa e promissora juventude.

Numa reportagem na Praça de Alcântara o repórter do Diário de Lisboa registava os lamentos de uma florista de que cada vez se vendiam menos flores: Só nos sábados é que as pessoas compram um raminho para alindar as casas.
As ervilhas de cheiro vendiam-se a cinco escudos, os jarros a quinze escudos, as rosas vermelhas a vinte e cinco escudos e os cravos, de qualquer cor, vinte escudos.

Quatro mascarados, empunhando pistolas de guerra, esvaziaram os cofres da agência no Bombarral do Banco Português do Atlântico.

Os jornais conferem o habitual destaque a mais uma visita do venerando chefe do Estado Américo Tomás: sua excelência visitou a Barragem da Aguieira.

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